quinta-feira, 26 de setembro de 2013

MANIFESTO DA CONSPIRAÇÃO DO LYRIO



MANIFESTO DA "CONSPIRAÇÃO DO LYRIO" 


Diante das reiteradas indagações que nos foram endereçadas sobre o nome "CONSPIRAÇÃO DO LYRIO" venho publicar o nosso MANIFESTO dizendo inicialmente que segundo a Wikipédia, (http://pt.wikipedia.org/wiki/Conspira) uma "CONSPIRAÇÃO" é uma combinação entre duas ou mais pessoas físicas com o objetivo de "lesar" outrem em algum momento futuro, e, em alguns casos, com pelo menos um ato secreto para fomentar essa combinação. Não há limite ao número de pessoas que participam de uma conspiração. Ora, queremos lesar, destruir, fulminar, extirpar a ignorância, por isto conspiramos poesias que são secretas em nossos corações e pensamentos, mas que haverão de ser transformadas em poemas, publicadas e lidas, pois sabemos que a leitura prejudica seriamente a ignorância. 

Quanto ao "LYRIO", tomo emprestado os sábios dizeres da festejada poeta e escritora Leila Micóllis expostos no maravilhoso artigo de sua autoria MULHERES DA BELLE-ÉPOQUE E SUAS PARCERIAS TEXTUAIS LYRIO-LÍRICAS, (http://literaciareteses.blogspot.com.br/2010_07_04_archive.html), quando com maestria ao tratar do "Lyrio" assevera que: " Se à primeira vista, (O Lyrio - referindo-se a revista de poesia que nos inspirou o nome e da qual nossa patrona - Úrsula Garcia, foi co-fundadora) aparenta ser constituído apenas de um romantismo piegas e simplório, logo nos deparamos com vasta e intrincada rede de sentidos nele contida: sendo uma planta do lodo, em muitas civilizações antigas o lírio era associado à magia, por suas propriedades alucinógenas (o que nos lembra os famosos paraísos artificiais dos decadentistas, com seus de-lírios...). Na Grécia, encontram-se lírios pintados em vários palácios ao lado de Hera, deusa da lua, magicamente poderosa principalmente em sua fase de “lua negra”; e, devido à sua “palidez”, o lírio, em algumas regiões era flor ligada também à morte, tema recorrente nos decadentistas e simbolistas, que tanto prezavam os aspectos místicos e os temas espirituais. Mais: a flor de lis é o símbolo da monarquia francesa.

Em 1919, André Gide (1966:93-94) utiliza-se do lírio para questionar a sociedade francesa de seu tempo, quando, em La Symphonie Pastorale, trava um diálogo com Gertrudes, uma jovem cega, comentando que não há mais lírios no campo, porque os homens os destruíram. E, quando ela afirma que o ser humano, com um pouco de confiança, pode recomeçar a vê-los, seu interlocutor desloca habilmente a reflexão para o âmbito estético, concluindo que eles são tão belos quanto ela os vê. Ou seja: a noção conceitual de beleza reside na percepção do observador, em sua contemplação, independentemente dos lírios serem reais, imaginados, ou imaginários. Diante de tantas e tão diferentes interpretações e sentidos, entender o lírio apenas como um delicado símbolo de pureza, é rejeitar as contradições, mistérios e paradoxos a ele inerente, entre os quais estão a lama que o nutre, o misticismo, o ocultismo, os delírios, a palidez, e a morte". 

Tudo isto é uma conspiração com o objetivo de vencer a escuridão da ignorância opondo-lhe o brilho solar da poesia. 

Esta a nossa conspiração. 

Este o nosso manifesto. 

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